
Créditos: MimosoNews
Por: Luís Salvador Poldi Guimarães (Dodô)
04/12/1979 - Extremistas religiosos na Arábia Saudita, sob a liderança carismática de homens descontentes com o acesso ocidental ao reino, tomaram a Grande Mesquita de Meca na Arábia Saudita a Mashid Al-Haran [Mastildau Rarãu].
Terminadas as orações da manhã pelo Imã tiros foram ouvidos. O pânico se espalhou. Dois guardas do santuário foram mortos. Os portões da Mesquita foram fechados para que os fieis não saiam da Mesquita e para que a força defensora não entre na Mesquita. Um dos invasores pegou o microfone ao lado da Kaaba e disse: “Capturem os minaretes! Posicionem os atiradores! Fechem as portas! Implantem guardas! Posicionem os guardas e as sentinelas em frente às portas!” – ordenou o homem.
Tratava-se de um dos líderes do ataque, Juhayman Al-Otaybi. Outro homem então chocou o mundo muçulmano ao alegar que o líder do grupo, Muhammad Bin Abdullah Al-Qahtani, era de fato o Mahdi [mérdi], figura esperada que deveria liderar o mundo islâmico em direção ao fim dos tempos, e que sua missão era livrar o mundo moderno de todo o mal. Ele acrescentou que a família real saudita (o rei da Arábia Saudita na época Abdulazis I e os teólogos de Meca eram ilegítimos, que sua autoridade deveria ser rejeitada e que todos dentro do santuário deveriam se apresentar e jurar lealdade ao suposto “Mahdi”.
Juhayman Al-Otaybi era um ex soldado da Guarda Nacional da Arábia Saudita, um militar promissor da corporação saudita tradicionalmente composta por combatentes beduínos leais à família real e ao ramo salafista do Islã, ao qual é associada.
Seu próprio avô foi o famoso líder do movimento Ikhwan [iquã] (que não deve ser confundido com a Irmandade Muçulmana), o sultão Bin Bajad Bin Hameed Al-Otaybi, responsável por liderar uma rebelião contra o fundador do reino, o rei Abdulaziz Al-Saud, no final dos anos de 1920, após ter sido um de seus apoiadores mais dedicados. Ao ver os acordos de Al-Saud com as potências ocidentais, sua missão de modernizar o país e suas ordens para interromper as expedições expansionistas de invasão ao Iraque e às regiões fronteiriças do reino saudita, os combatentes de Ikhwan travaram uma guerra contra o monarca, na qual o pai de Juhayman Al-Otaybi também se juntou antes de serem derrotados com ajuda dos britânicos.
Antes de se adentrar na Mesquita é necessário fazer a ablução: Ritual de purificação usando a água. Lembram-se do óleo santo da Igreja Matriz nossa aqui de Mimoso?
Outra coisa. Os mulçumanos seguem o aniconismo – a proibição de imagens de Deus = idolatria.
O líder religioso e político dos mulçumanos são denominados de califas.
Hajj a Grande Peregrinação, um dos cinco pilares do Islã. A peregrinação, se realizada fora do período do Hajj, não serve como cumprimento da obrigação e é chamada de Umrah.
Na cidade de Meca existe uma região em que é proibida a entrada de pessoas não mulçumanas na região de Haham.
A Grande Mesquita de Meca denominada de Al-Masjid Al-Harãm foi inaugura em 622 d.C. Estamos falando de uma obra com 1.400 anos de idade.
Com 400 militantes ocupando a Grande Mesquita e mantendo os seus habitantes e peregrinos como reféns, mais tarde veio à tona que eles haviam anteriormente contrabandeado armas, alimentos e munições para dentro do santuário, carregando-os em caixões. Não era uma visão incomum, já que o imã de Meca conduzia regular e diariamente inúmeras orações fúnebres.
Após duas semanas de disparos entre militantes e oficiais da segurança saudita – entre os quais, dezenas foram mortos e muitos outros feridos – o então Ministro do Interior, príncipe Nayef Bin Abdulaziz, reconheceu a dificuldade da Arábia Saudita em lidar com a situação e apelou à força de contra insurgência de elite francesa, o Grupo de Intervenção da Gendarmeria Nacional (GIGN), para então ajudá-lo a dar fim à invasão.
Muitos relatam que, para que os membros do GIGN entrassem na cidade de Meca, exclusiva a cidadãos islâmicos, eles tiveram que recitar a declaração de fé islâmica e converter-se oficialmente à religião.
O GIGN abordou a crise de modo estratégico, atirando gás dentro da Grande Mesquita, o que causou vômito e cegueira temporária aos agressores, e permitindo que as forças sauditas, juntamente com unidades especiais paquistanesas, entrassem no local e matassem os militantes extremistas. Depois de abrir caminho no interior do santuário e matar o auto proclamado “Mahdi” Al-Qahtani, os demais militantes foram desarmados e detidos.
Al-Otaybi e seu grupo, muitos dos quais eram cultural e etnicamente diversos e aclamados em muitas regiões fora do território saudita, fracassaram em sua missão como “salvadores” do mundo islâmico, com o falso Mahdi como seu líder. A ideologia que os mobilizou, no entanto, sobreviveu ao episódio e supostamente ainda hoje inspira muitos militantes extremistas na região e em todo o mundo, incluindo o Daesh (Estado Islâmico). Seu então desprezo pelo avanço das formas de modernização coincide efetivamente com muitos destes grupos contemporâneos, que enxergam tais políticas como uma invasão do imperialismo cultural ocidental.
Como de costume, seria insensato culpabilizar o elemento religioso por sua ideologia; o grupo de Al-Otaybi opunha-se até mesmo aos principais acadêmicos salafistas da época, como Abdul Aziz Bin Baz, e era considerado extremista mesmo antes de executarem seu plano.
Embora muitos possam discordar das políticas adotadas atualmente pela monarquia da Arábia Saudita, é justo dizer que Al-Otaybi e seus seguidores eram essencialmente descendentes do movimento Ikhwan [erruarnoni], derrotado pelos sauditas na fundação de seu estado, e que antecederam em muitos anos os grupos contemporâneos que exploram e assolam diversas agências de segurança na região e em todo o mundo.
Em Meca é proibida a entrada de turistas. Ainda mais se o turista não for mulçumano. Até abril de 2018 o país não emitia vistos para turistas não mulçumanos. O turista só pode entrar para realizar atividades religiosas, trabalho ou visitar um parente de 1º grau.
Então não se pode viajar para a Arábia Saudita? Pode sim. Para os brasileiros basta preencher um formulário e um extrato bancário dos últimos três meses comprovando que você tem renda suficiente para viajar para a Arábia Saudita. É exigido o comprovante de sua reserva em hotel. E um comprovante de residência brasileira. Duas fotos 3x4 e um comprovante de vínculo empregatício no Brasil. Também deverá enviar um comprovante de que está em dia com a vacinação de febre amarela e COVID-19 – Certificado Internacional de Vacinação.
É bom que no caso de ser mulher ter um acompanhante. Também é aconselhado a se vestir de forma condizente com a religião islâmica.
A Arábia Saudita deseja mudar a sua imagem que foi muito queimada devido ao assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. Ocorrido agora em 2018 (4 anos).
Deve-se evitar as visitas as cidades de Meca e Medina (na época de Muhammad chama-se Yatrib) por serem cidades sagradas. Na verdade chama-se Madina. Medina é para nós portugueses.
Existem cidades bonitas e interessantes na Arábia Saudita como Al-Wahbah onde existe uma cratera vulcânica no meio do deserto repleta de sal no seu fundo. Há 250 km de Taif. Al-Wahbah é pertinho de Meca.
A primeira capital da Síria foi a cidade de Alepo depois passou a ser Damasco.
O papa Francisco visitou o Iraque. Foi a primeira vez que um papa visita o Iraque. E encontrou com o Aiatolá Ali Al-Sistani em Najaf. O papa permaneceu de 05 a 08 de Março no Iraque (ano de 2021). O papa Francisco desceu no aeroporto de Bagdá (capital do Iraque banhada pelo rio Tigre).
A capital da Arábia Saudita é Riad.
O papa Francisco se encontrou com o Presidente da República Barham Ahmed Salih Qassim.
Já no sábado, 6 de março de 2021, em Najaf, o histórico encontro do Papa com o Grande Aiatolá Al-Sistani, considerado o maior ponto de referência religioso, teológico e jurídico para os muçulmanos xiitas no Iraque. A reunião com o expoente do Islã xiita trouxe bons frutos não só para o Iraque como um todo, mas em particular para as comunidades cristãs e minoritárias.
No domingo (07/03/2021), o Papa Francisco foi para Erbil e, em seguida, dirigiu-se para Mosul, onde fez uma Oração de sufrágio pelas Vítimas da Guerra no Hosh al-Bieaa, o Pátio da Igreja destruída pelo Estado Islâmico.
Erbil é a capital da região autônoma do Curdistão iraquiano e a quarta maior cidade do país, com cerca de 2 milhões de habitantes. A missa presidida pelo Pontífice também foi o momento da viagem apostólica com o maior número de participantes. O estádio com capacidade para cerca de 28 mil pessoas, teve lotação limitada em 10 mil por causa da pandemia.
O horário de Bagdá são seis horas a mais do que o horário de Brasília. Agora lá em Bagdá são 02h47min da madrugada. O papa visitou a Igreja que foi atacada em 2010 pelo Estado Islâmico. Lá mesmo em Bagdá. Lembrando que o papa Francisco tem hoje 84 de idade e caminha com dificuldades. Depois da saída de Saddam Hussein (em 2003 – há 19 anos) a comunidade cristã do Iraque diminuiu muito devido a intervenção do Estado Islâmico.
Com o fim da autoridade do Império Otomano sobre a região, em 1916, os governantes locais fundaram o Reino Hachemita do Hejaz. O reino, inclusive Meca, foi absorvido pela dinastia saudita em 1925. Durante o período moderno, a cidade vivenciou uma expansão colossal, tanto em termos de tamanho quanto de infraestrutura.
No final da guerra, a Síria (que incluía o Líbano), tornou-se um mandato francês, enquanto a Palestina, a Transjordânia e o Iraque passaram a ter mandatos britânicos. A ressurgente Casa de Saud mais tarde anexou Hejaz (cidade próxima do Mar Vermelho hoje pertencente a Arábia Saudita) ao seu território e em 1932 estabeleceu o Reino da Arábia Saudita.
Outro fato relevante no tocante ao oriente Médio foi a Primavera Árabe.
A Primavera Árabe foi iniciada no Norte da África. Lá na Tunísia. O nome deveria ser Primavera norte-africana e não Primavera Árabe. Mas, tudo que não é uma boa ideia, deve ser apontada como originado no Oriente Médio. É o ranço do preconceito!
A cidade de Meca é situada em um vale rodeado
por cadeias montanhosas e pelo deserto.
A Kaaba é uma estrutura com 15,24 m de altura cercadas com muros de 10,67 m x 12,19 m. Está sempre coberta por um manto de tecido escuro com bordados em dourado. Em um de seus vértices encontra-se a al-Hajar Al-Aswad, “Pedra Negra”. Uma rocha de 50 cm de diâmetro. É dito que Abraão recebera esta pedra do anjo Gabriel. No Brasil, temos a calcita, o ouro de tolo, entregue por Nossa Senhora em Natividade – MG.
O Santuário (Mesquita) está situado num vale cercado de montanhas. Parece-se até com a nossa cidade de Mimoso do Sul toda cercada por montanhas. Onde existe uma fonte de água denominada de Zamzam pelos árabes.
Os mulçumanos devem dar sete voltas em volta da kaaba girando em sentido anti-horário (tawat).
A Kaaba já foi reformada diversas vezes. Inclusive a pedra negra foi quebrada em três pedaços e depois novamente unida soldada com prata.
A Hégira (fuga de Maomé) em árabe é dito Hijra. Hégira é para nós brasileiros. Muhammad está enterrado (632) em Medina e foi enterrado dentro de sua própria casa. Hoje o local de sua casa foi transformado em Mesquita em 674. Depois que Muhammad morreu seu sogro Abu Bakr tornou-se califa (rei).
Aos 25 anos, Maomé casou-se com uma viúva rica. O casamento deu-lhe profunda estabilidade material.
Acredita-se que foi a partir daí que começou a formular os princípios de uma nova doutrina religiosa, iniciando um período de meditações e jejuns.
Constantemente (Maomé) isolava-se no deserto. Foi durante suas andanças pelo deserto, em uma caverna do monte Hira (monte Jabal al-Nur), ao norte de Meca, que Maomé afirmou ter tido a visão do anjo Gabriel, que o incumbira de ser o profeta de Alá.
Admirador do monoteísmo, ele criticava uma das maiores fontes de renda de Meca: a peregrinação dos idólatras, que adoravam as várias divindades dos templos locais.
Os preceitos ditados pelo Alcorão (Corão) são considerados como verdades absolutas, incapazes de conter qualquer falha. Este livro é organizado em 114 suras ou capítulos, dispostos por tamanho, o maior contendo 286 versos.
O Alcorão contém as revelações transmitidas a Maomé durante os quase 22 anos de sua vida profética (610-632).
Porém, há outra fonte de orientação para os muçulmanos, princípios que partem dos ditos e feitos do Profeta, ou seja, dos ahadith, contidos na Suna.
A caridade (zacat) deve ser praticada. Dar dinheiro para os necessitados proporcional aos bens pessoais.
Jejuar no Ramadã. Orar cinco vezes por dia. Não comer carne de porco nem beber bebidas alcoólicas. Os jogos de azar também são proibidos.
Os quatro primeiros califas eram parentes de Maomé. Em 661, o quarto califa, de nome Ali e genro de Maomé, foi assassinado.
PERÍODO OMÍADAS (661-750)
• A sucessão tornou-se hereditária.
• A capital foi transferida para Damasco. Antes era a cidade de Alepo.
• O expansionismo nesta fase foi orientado em direção ao norte da África.
• Após a conquista da África e da Península Ibérica, o expansionismo islâmico foi contido por Carlos Martel, na batalha de Poitiers (732).
PERÍODO ABÁSSIDAS (750-1258)
Transferiram a capital do Iraque para Bagdá.
Expandiram para o Extremo Oriente.
Politicamente, após a substituição da dinastia Omíada pela Abássida, ocorreu à fragmentação do Império Islâmico.
A Arábia Saudita é separada do Irã pelo Golfo Pérsico. E em 1979 houve a Revolução iraniana e o ataque a Mesquita na cidade de Meca na Arábia Saudita. O golfo faz divisa com os dois países e é uma faixa muito estreita de mar (250 km de largura). E aí entra o conflito quem é o dono deste Golfo? Enquanto a Arábia Saudita é predominantemente sunita e apoiado pelo EUA e o sistema político é monárquico o Irã é predominantemente xiita, apoiado pela Rússia e o seu sistema político é republicano.
Para comparar o mar brasileiro possui até a África 4.500 km. Quase 20 vezes mais largo do que o Golfo Pérsico.