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Por: Luís Salvador Poldi Guimarães
29/08/1897 – Acontece o Primeiro Congresso Sionista, convocado por Theodor Herzl (Jornalista e Presidente da Organização Sionista Mundial), foi realizado em Basiléia (Suíça). Mais de 200 participantes, de 17 países, criaram a Organização Sionista Mundial, que buscava estabelecer uma pátria para o povo judeu em Eretz-Israel (a terra de Israel), assegurada por lei. O Congresso Sionista se reunia todos os anos, de 1897 até 1901, e desde então se reúne a cada dois anos, até os dias de hoje.
Em 1914, Chaim Weizmann (primeiro Presidente de Israel) notou que o governo inglês tinha marcada simpatia pelo sionismo, fato que não seria alheio à circunstância de haver pelo menos um judeu na sua composição. Em 1917, quando a guerra se encontrava numa encruzilhada em diversas frentes, o Primeiro-ministro Lloyd George (1º ministro britânico) e Arthur Balfour, ambos recém-empossados no governo, concluíram que a vitória britânica/aliada e o desiderato (aquilo que se deseja muito) sionista eram peças inseparáveis na crise daquele tempo.
Nossa história começa lembrando da Promessa de Deus de dar aos judeus uma Terra Prometida denominada de Canaã onde jorraria leite e mel. Deus promete, mas não dá. Ou pelo menos demorou demais para dar.
Aí em 1897 um dia antes de acontecer o 1º Congresso Sionista lá na Basiléia na Suíça perto da divisa com a França. A Europa vivia nesta época uma explosão do antissemitismo. E neste congresso aprovaram o estabelecimento de se criar uma comunidade judaica na Palestina (região de origem dos judeus). Para cumprir uma promessa de Deus ainda não cumprida.
Vejam vocês que com tanto espaço na Europa. Eles querem doar uma terra que não lhes pertence para a criação de outro País dentro da Palestina. De quem foi esta ideia? Do Reino Unido, da França e da Alemanha.
Arthur Balfour (1º ministro britânico entre 1902 -1905) e Weizmann (1º Presidente de Israel) se conheceram em 1906.
Marcaram então um encontro em Londres. As duas personalidades mais importantes do Poder: Arthur Balfour e Chaim Weizman. Arthur Balfour era Ministro dos Negócios Estrangeiros Inglês foi indicado em 1916 (em plena I Guerra Mundial). Chaim Weizman era um descendente de judeus nascido na Bielorrússia que aderiu ao movimento sionista. Era também professor de Química na Universidade de Manchester no Reino Unido.
A primeira ideia, proposta por Londres, era criar este País (Israel) no território de Uganda, lá na África. Só que a comunidade judaica recusara.
“O Governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o povo judeu e envidará os seus melhores esforços para facilitar a realização deste objetivo, estando claramente entendido que nada deve ser feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não judaicas existentes na Palestina, ou os direitos e o estatuto político de que gozam os judeus em qualquer outro país”.
Esta atitude foi objeto de críticas por parte da população árabe e por parte da França, com quem tinha sido negociado o acordo de Sykes-Picot. Pela primeira vez, para aquela região do globo, um Estado soberano (Reino Unido) conferia direitos preferenciais de estabelecimento a uma comunidade (a judaica) num território onde vivia um povo e sobre o qual o Reino Unido não tinha à época qualquer mandato.
Este documento (Balfour) possui este nome devido a Arthur James Balfour.
Gandhi no ano de 1938 repudiou esta ideia britânica por considerá-la ilegal e imoral. Denunciando como Crime contra a Humanidade. Qual seja, despojar o povo Palestino da Palestina para se cumprir uma promessa de Deus colocando os judeus no seu lugar.
No dia 14/05/1948 a Inglaterra retirou-se da Palestina. Só que entregou todo o seu aparato bélico e também o seu enorme aparato militar ao povo terrorista judeu do Haganá do Irgun e do Stern (organizações terroristas). A Inglaterra ocupou a Palestina por 17 anos de 1931 a 14/05/1948.
O Acordo de Balfour foi um acordo assinado para se criar o Estado de Israel lá na Palestina.
De forma quase contemporânea, decorriam negociações secretas entre o Reino Unido e a França, uma vez que no ano de 1915, antevendo a queda do império otomano (aliado dos impérios prussiano e austro-húngaro), as duas nações decidiram partilhar o Oriente Médio, então sob a administração turca. O Reino Unido adotou um comportamento duplo, fazendo por um lado falsas promessas à elite árabe no sentido da autonomia do seu território (pretendendo assim impulsionar a sua revolta a favor dos Aliados) e apostando, por outro, na divisão entre si e a França, na futura posse de toda a região. Os negociadores deste acordo foram Mark Sykes (Reino Unido) e François Georges-Picot (França) e ficou decidido, entre outros pontos, atribuir a Síria e ao Líbano à jurisdição da França. Já a jurisdição do Iraque e parte da Palestina, coube ao Reino Unido. Acordaram também na internacionalização da administração de Jerusalém, entre franceses, britânicos e russos.
02/11/1917. Os britânicos publicaram a Declaração Balfour, apoiando o estabelecimento de "uma pátria para os judeus". Apoiado pelo ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha Arthur James Balfour. O então ministro britânico dos Assuntos Estrangeiros, Arthur James Balfour, havia enviado ao Lord Rothschild a carta, conhecida como a Declaração de Balfour, na qual compromete a Inglaterra na criação de um estado judaico.
Na realidade, o Acordo de Sikes-Picot foi rapidamente ultrapassado pela ambição do Reino Unido de ficar com a jurisdição de Jerusalém e da Palestina, tendo para isso recorrido a uma máquina eficiente de espiões judeus residentes na Palestina (pró-britânicos e pró-sionistas) para a conquista militar inglesa de Jerusalém, que ocorreu em 9 de Dezembro de 1917. Fica por esclarecer se o envolvimento da rede de espionagem pró-judaica no esforço de guerra inglês não forçou também à declaração de Balfour e a alteração de planos face ao acordo que vinha sendo feito com a França. Posteriormente, nos escombros da II Guerra Mundial, face às atrocidades cometidas sobre os judeus pelo regime nazista e seus aliados durante as décadas de 30 e 40, o Ocidente sentiu que era uma obrigação moral a aceitação generalizada da pretensão sionista de estabelecer um Estado judaico na Palestina. Este foi o contexto no qual, depois da fundação das Nações Unidas, a Comissão Especial da ONU sobre a Palestina, liderada pelos EUA e pela União Soviética, apresentou uma proposta para a divisão do território entre Israel e a Palestina, promovendo globalmente os contornos político-geográfico daquela região.
Se a Declaração de Balfour marcou um momento inicial de um processo polêmico de encaixe de uma comunidade num território que já era habitado, e que ainda se encontra por resolver e do qual não se antevê uma saída em curto prazo, a decisão de Donald Trump veio contradizer diversas resoluções do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral das Nações Unidas, órgãos cuja autoridade é hoje reconhecida por todos os países do mundo. Neste complexo contexto, a atual administração de Joe Biden (atual Presidente Norte-Americano) tem sido ambígua, por um lado aparentando apoiar iniciativas no plano multilateral visando a resolução do conflito e, por outro, não concretizando passos subsequentes que ponham em causa o reconhecimento norte-americano.
Entendendo o acontecimento. O Tratado de Balfour foi uma carta de um profissional britânico cujo cargo que ocupava era, na época, de Secretário Britânico de Assuntos Estrangeiros. Seu nome é Arthur James Balfour e foi escrita para o Barão Rotschild que na época ele era o líder da Comunidade Judaica do Reino Unido. O objetivo desta carta era comunicar a Comunidade da Federação Sionista da Grã-Bretanha. Uma vez que a Grã-Bretanha era o maior império do mundo. Manda quem pode obedece quem tem juízo. E a Inglaterra sentia que o Império Otomano, dono daquela região (Península Arábica), iria perder a guerra.
O texto da carta foi publicado na imprensa duas semanas depois, em 9 de novembro de 1917.
A Declaração Balfour foi posteriormente incorporada ao Tratado de Sèvres, que selou a paz com o Império Otomano, e também ao documento que instituiu o Mandato Britânico da Palestina. O documento original encontra-se hoje arquivado na British Library.
A França e a Itália, aliadas de Londres na Primeira Guerra Mundial ratificam espontaneamente a Declaração Balfour, prevenindo-se de deixar o Oriente Médio sob administração exclusiva do Império Britânico. Os Estados Unidos ratificaram (aceitar como uma verdade, reconhecer) a Declaração em agosto de 1918.
A Declaração Balfour é uma carta curta. Ela só tem 67 palavras. A partir daí estabeleceu-se um ponto inicial de conflito entre árabes com israelenses.
Este conflito é o mais difícil de resolver na Península arábica. Uma traição com os palestinos.
Hoje, no Reino Unido, Arthur Balfour mal aparece nos livros escolares, mas muitos alunos israelenses e palestinos saberiam o que dizer sobre ele.
Os palestinos veem isso como uma grande traição, especialmente levando em conta uma promessa feita separadamente para garantir o apoio político e militar dos árabes - então sob jugo dos turcos otomanos - na Primeira Guerra Mundial.
O governo britânico esperava que a Declaração de Balfour ajudaria a colocar os judeus, especialmente aqueles que moravam nos Estados Unidos, a favor dos aliados durante a Primeira Guerra Mundial.
Com a derrota do Império Otomano no conflito, o texto foi respaldado pelos aliados e incluído em 1922 no Mandato Britânico sobre a Palestina pela Liga das Nações (a organização que antecedeu a ONU), encarregando formalmente o Reino Unido da administração desses territórios.
Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral da ONU adotou a resolução 181, através da qual aprovou o plano de divisão da Palestina, que estipulava a criação de um Estado árabe e outro judeu até no máximo 1º de outubro de 1948.
Só que os países árabes se negaram a assinar o plano da ONU e a tensão na região escalou, culminando com a Guerra Árabe-Israelense, que obrigou centenas de milhares de palestinos a fugir do recém-criado Estado de Israel.
O povo árabe desta região era predominante em relação aos judeus. Os árabes compreendiam 90% da população enquanto os judeus eram de apenas 10%.
E em 1948 o País Israel foi criado. Aquele período, a área era governada pelos britânicos. Na época, a Grã-Bretanha havia permitido ondas de imigração judia - 100 mil imigrantes judeus chegaram ao local nos primeiros anos após a Declaração Balfour.
No final da década de 1930, essa migração provocou uma reação negativa por parte da população árabe que já estava lá e se sentiu ameaçada. Os britânicos reagiram interrompendo a imigração de judeus justamente quando o líder nazista Adolf Hitler dava início ao Holocausto.
Depois da Segunda Guerra Mundial, um grupo sionista chamado Irgun planejou vários atentados extremistas, inclusive a explosão do hotel King David em Jerusalém em 22 de julho de 1946, matando 91 pessoas. O ataque acelerou o êxodo árabe da Palestina no período antecedente à criação de Israel. Vou traduzir a carta originalmente escrita em inglês:
Deve-se ressaltar, no entanto, que nada deve ser feito no sentido de prejudicar os direitos civis e religiosos dos povos não judeus que vivem na Palestina, ou de prejudicar os direitos e a situação política de judeus em algum outro país. Esta ideia surgira através da publicação de um livro intitulado: O Estado Judeu. Escrito pelo escritor Theodor Herzl.
A localização desse Estado era ainda considerada de segunda ordem: cogitava-se a hipótese de enviar os judeus para a Argentina, ou o chamado Projeto Uganda, que previa a fundação de um Estado judeu no território da Uganda, então administrado pelo Reino Unido (vai se percebendo o tamanho do Império Inglês).
Entretanto, a Palestina sempre voltava ao centro da discussão: a terra originária dos judeus, onde os representantes da comunidade judaica começaram a comprar terras e a estabelecer-se, a partir do fim do século 19. Em 1914, no início da Primeira Guerra Mundial, os judeus formavam apenas 15% da população da Palestina, na época de 690 mil habitantes. Destes, 535 mil eram muçulmanos, 70 mil cristãos e 85 mil de origem judaica.
A carta do chanceler Balfour refletia, porém, muito mais os interesses geopolíticos de Londres na região do que um apoio sem reservas do Reino Unido ao movimento sionista. A Primeira Guerra Mundial tinha eclodido, e a Inglaterra contava com o apoio dos judeus – tanto dos que viviam na Palestina, quanto dos que estavam espalhados por outros países do mundo – na luta contra o Império Otomano.
Por isso, Londres prometeu algo que não estava em condições de realizar: uma pátria para os judeus numa região que ainda não estava sob o seu controle.
A responsabilidade sobre o território palestino foi transferida para o Reino Unido somente no dia 24 de julho de 1922, sob a forma de um mandato da Liga das Nações. Parte da Declaração de Balfour pertencia ao preâmbulo do contrato que regia o mandato, o que se transformou logo num grande empecilho para a administração da região. A resistência dos palestinos árabes à imigração de judeus já tinha começado há algum tempo, crescia paulatinamente e levava, entre outros, a campanhas antijudaicas.
O Reino Unido, situado entre as duas frentes, tentava evitar a violência dos dois lados e limitar cada vez mais a imigração judaica para a região.
Theodor Herzl junto com o escritor Émile Zola, se posicionaram a favor de Alfred Dreyfus defendendo-o da acusação de X-9 a favor dos alemães e contra a França. Denunciando as fraudes das acusações e tornando explícito o antissemitismo que se alastrava na Europa.
A Palestina na época pertencia ao Império Otomano. E os terrenos situados entre as Colinas de Golã, a Península do Sinai e o Rio Jordão foram sendo arrendados pelos judeus, que começaram também a migrar para a região nesse mesmo período. O Império Otomano deixou de existir a partir do ano de 1924. É aí que a Turquia torna-se independente. A Palestina não conseguiu tornar-se um Estado, um País. E como a Grã-Bretanha vencera a guerra ela passou a tomar conta da Palestina.

