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Por: Luís Salvador Poldi Guimarães (Dodô)
Foi um movimento terrorista que se originou nos Bálcãs (Bósnia, país grande). Tinham dois objetivos: Libertação dos eslavos do Sul do domínio Austro-Húngaro (1867-1918 = 51 anos) e criação da Grande Sérvia através da união de todos os eslavos do sul que foram anexados pelo império Austro-Húngaro. Sob liderança de Dragutin Dimitrijevic (apelidado de Apis – chefe do Mão Negra - uma referência ao deus-touro egípcio). A Organização foi fundada em 10/06/1910. O Império Austro-Húngaro, nesta época, dominava a Bósnia e a Herzegovina (1878 – 1908 = 30 anos).
Este grupo foi o responsável pelo atentado (28/06/1914) que matou o arquiduque Francisco Ferdinando (Príncipe da Áustria) e sua esposa Sofia Chotec (a duquesa de Hohenberg) em Sarajevo (capital da Bósnia-Herzegovina). Incidente que provocou o início da Primeira Guerra Mundial.
A organização foi extinta em 1917 pelo Governo da Sérvia após o julgamento de Salônica cidade da Grécia onde houve o julgamento de Dragutin Dimitrijevic. Ele foi julgado e sentenciado à morte e executado por um pelotão de fuzilamento, junto com outros dois membros, em 26 de junho de 1917.
Têm-se vários grupos terroristas: o IRA – Exército Republicano Irlandês – Irish Republican Army. Grupo católico cujo objetivo era separar a Irlanda do Norte do Reino Unido e reanexá-lo a Irlanda. Na verdade, trata-se de uma luta entre católico com protestantes. Isso vem desde o século XVII (1600). Mas, a ideia de separação mesmo só surgiu em 1908. Quando foi fundado o Partido Nacionalista Católico por Arthur Griffith. O Grupo IRA só vai aparecer mesmo no ano de 1916. E escolheram a sua insurreição para o dia de Páscoa em Dublin - Irlanda. E o governo britânico matou mais de mil irlandeses. Observe que quem realmente cometeu o terrorismo foi o governo inglês. A ponto que o povo inglês passou a apoiar os extremistas.
Em 1908 a Bósnia-Herzegovina foi anexada pela Sérvia.
Um dos principais focos de atrito entre as potências europeias era a península Balcânica, onde se chocavam o nacionalismo da Sérvia (apoiada pela Rússia) e o expansionismo da Áustria (aliada da Alemanha). Em 1908, a Áustria anexou a região da Bósnia-Herzegovina, ferindo os interesses da Sérvia, que pretendia criar a Grande Sérvia, incorporando aquelas regiões habitadas por eslavos.
No dia 28 de junho de 1914, na cidade de Sarajevo – capital da Bósnia, o herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando, foi assassinado juntamente com sua esposa. O responsável pelo atentado foi um estudante sérvio Gavrilo Princip, membro de uma organização nacionalista chamada União ou Morte, cujo braço armado era o grupo terrorista Mão negra. Esse acontecimento foi o estopim para a eclosão da I Guerra Mundial. A Áustria culpou a Sérvia pelo assassinato e lhe declarou guerra.
A Alemanha se declarou solidária com a Áustria. Por sua vez, a Rússia apoiou a Sérvia, e, finalmente, a França e a Inglaterra declararam guerra à Alemanha. Dava-se início ao grande conflito mundial.
Gavrilo Princip foi preso logo após o incidente.
Tríplice Entente: Império Britânico (maior império do mundo), França, Império Russo (até 1917) e Estados Unidos (a partir de 1917, depois dos alemães afundarem o navio Lusitânia).
Potências Centrais (Tríplice Aliança): Império Alemão, Império Austro-Húngaro (1867-1918 = 51 anos) e Império Turco-Otomano.
A 1ª Guerra Mundial começou como uma guerra de movimento depois se transformou numa guerra de trincheiras.
Napoleão Bonaparte também anexou esta região (1809-1814).
Houve a movimentação das tropas alemãs para invadir o território francês; Porém as tropas teriam, incondicionalmente, que passar pelo território belga; Quando as tropas alemãs invadiram a Bélgica a Inglaterra declarou guerra a Alemanha (04/08/1914).
Uma trincheira típica tinha pouco mais de 2 m de profundidade e cerca de 1,80 m de largura. À frente e atrás, largas fileiras de sacos de areia, com quase 1 m de altura, aumentavam a proteção. Havia ainda um degrau de tiro, 0,5 m acima do chão. Ele era usado por sentinelas de vigia e para a hora de atirar contra o inimigo.
Os “banheiros” eram latrinas: buracos no chão com 1,5 m de profundidade. Quando estavam quase preenchidas, eram cobertas com terra e escavavam-se novos buracos – trabalho feito em geral por soldados que levavam alguma punição. Quando não dava tempo de chegar até a latrina, o jeito era mandar ver na cratera de bomba mais próxima…
O terror da guerra e a quase insuportável vida nas trincheiras enlouquecia muitos soldados. Alguns feriam a si próprios para serem mandados de volta pra casa – fraude que, se descoberta, podia ser punida com fuzilamento! Os mais desesperados saíam da trincheira para serem mortos pelo inimigo.
Proteção barata e eficiente, os sacos de areia eram capazes de barrar os tiros inimigos. As balas dos fuzis da época só penetravam cerca de 40 cm neles. Eram tão úteis que cada soldado sempre carregava dois sacos vazios, que podia encher rapidamente para se proteger.
Corpos em decomposição, enterrados em covas rasas perto das trincheiras, atraíam ratos, que proliferavam sem controle. Além de transmitir doenças (leptospirose), eles chegavam a roubar comida do bolso dos soldados e a roer o corpo dos feridos! Na total falta de higiene, piolhos disseminavam a febre das trincheiras, doença contraída por mais de 10% dos soldados.
Em Maio de 1915, o U-Boot U-20 afundou o RMS Lusitania. Historiadores acreditam que o Lusitania transportava 10 toneladas de armas a bordo, tornando-o um alvo válido sob as leis internacionais.
O ano de 1917 é essencial para o fim do conflito, pois a Rússia abandonou a guerra em razão do início de sua Revolução e os E.U.A, que, até então, só participavam da guerra como fornecedor de armas, vendo seus investimentos em perigo, entram, militarmente, no conflito, mudando totalmente o destino da guerra e garantindo a vitória da Tríplice Entente.
Tratado de Versalhes: Assinado em 28 de junho de 1919; A responsabilidade pelo conflito mundial recai sobre a Alemanha. A Alemanha é obrigada a cumprir uma série de exigências políticas, econômicas e militares.
Estas exigências foram impostas à Alemanha pelas nações vencedoras da Primeira Guerra Mundial, principalmente Inglaterra, França e EUA.
Autoridades reunidas no Tratado de Versalhes: Lloyd George, Vittorio Emanuele Orlando, Georges Clemenceau e o americano Woodrow Wilson. As exigências foram: Admissão de culpa e responsabilidade única da Alemanha pela ocorrência da Grande Guerra; Proibição da união entre Alemanha e Áustria; Compromisso de reparações financeiras estipuladas em 132 milhões de marcos-ouro; Devolução da Alsácia e da Lorena à França; As colônias na África foram incorporadas a Inglaterra, França e Bélgica; As colônias do pacífico passaram para o domínio japonês e inglês; O exército alemão foi reduzido a 100 mil homens.
Depois da guerra o mapa da península balcânica se altera. A URSS se desmantela e são criados os países: Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Prússia e Polônia onde antes era tudo a URSS. Albânia, Sérvia e Montenegro formam um único país a Iugoslávia (nasce 1918 e entrou em guerra civil de 1991-1995). O Império Otomano fica apenas com a Turquia.
Saldo da guerra: Declínio da economia europeia; EUA surge como grande potência; Domínio monetário do dólar; Crise financeira na Europa; Diminuição da produção agrícola e industrial no mundo. 8 milhões de pessoas morreram. 20 milhões de pessoas ficaram inválidas. 30% da riqueza da França foram consumidas pela guerra. 22% da riqueza inglesa foram consumidas pela guerra. Os Estados Unidos perderam 115 mil soldados e 36 bilhões de dólares.
Após o conflito:
• Famílias destruídas e crianças órfãs.
• E.U.A tornou-se o país mais rico do mundo.
• Império Austro-Húngaro fragmentou-se. • Surgimento de alguns países (Iugoslávia = Albânia, Sérvia e Montenegro) e desaparecimento de outros.
• O império turco, após 200 anos de decadência, dividiu-se.
• Em 1919, foi criada a Liga das Nações (sediada na Suíça). Porém, pouco tempo depois, ela fracassou. • O desemprego aumentou na Europa.
Quatro anos após a I Guerra, a Europa já não era mais a mesma:
• Os presidentes substituíram os príncipes; • automóveis, submarinos e aviões eram uma realidade; • o cinema e o rádio expandiram-se pelo mundo;
• as mulheres lutam pelos seus direitos.
Gavrilo Princip é considerado então o primeiro terrorista do mundo. Nascido em Obljej, na Bósnia, Gavrilo era filho da união entre Maria e o carteiro Petar, ambos de descendência sérvia. Quando alcançou a idade de 13 anos, Gavrilo decidiu morar na capital, Sarajevo, para dar prosseguimento em seus estudos. Inicialmente filiou-se a uma instituição militar, mas depois preferiu ingressar em um curso técnico de administração. No ano de 1910, Princip resolveu terminar sua formação intermediária em Tuzla, cidade da Sérvia.
Enquanto ingressava em seus estudos, a Bósnia vivia uma imensa tensão política após a anexação de seus territórios ao Império Austro-Húngaro, em 1908. Desde aquele momento, movimentos de inspiração nacionalista surgiam em oposição ao predomínio imperialista austríaco na região.
Entre as diversas tendências predominantes, o pan-eslavismo ganhou diversos adeptos ao lutar em prol da formação de um único país que abrigaria todos os eslavos da Península Balcânica.
Quando Gavrilo morava na Sérvia, a representação do ideal pan-eslavista ficava a cargo de uma organização chamada “Unificação ou Morte”, também conhecida como “Mão Negra”. A cada dia, o jovem estudante mostrava com maior ênfase sua simpatia pelos ideais nacionalistas e devoção inabalável na missão de dar fim à influência Austro-Húngara na Península Balcânica. Para tanto, Gavrilo acreditava ser necessário dar fim à vida de Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-Húngaro.
Os dois impérios: Austro-húngaro e o Otomano trouxeram o atraso econômico aos países da Península Balcânica.
Mostrando-se disposto a empregar sua vida em favor de seus ideais, Gavrilo Princip logo fora escolhido para participar do atentado que matou o arquiduque Francisco Ferdinando. Em junho de 1914, a cobiçada autoridade estaria pelas ruas de Sarajevo inspecionando as atividades das forças militares austro-húngaras. Preocupado em demonstrar superioridade, Francisco Ferdinando optou pelo dia 28 de junho para a inspeção, data em que se comemora o dia nacional sérvio.
Atentos à visita oficial do arquiduque, a organização terrorista Mão Negra ofereceu pistolas, granadas e um treinamento militar de aproximadamente dois meses. Nesse período, Gavrilo Princip se destacou nas atividades com tiro e Nedjelko Cabrinovic um dos melhores lançadores de granada. Chegado o tão esperado dia, 28 de junho, Gavrilo e seus companheiros se espalharam estrategicamente pela Rua Appel Quay, uma das vias atravessadas pela comitiva de Francisco Ferdinando (Franz Ferdinand). Nas margens do rio Miljacka.
Depois de chegar a Sarajevo, o arquiduque e a princesa Sofia desfilaram em um carro aberto que atravessou as principais ruas da cidade. Ao chegar à Appel Quay, Cabrinovic tentou executar a missão lançando uma granada contra a condução de Francisco Ferdinando. Felizmente, o motorista do carro percebeu a ação do terrorista e conseguiu desviar do armamento. Após o fracasso, Cabrinovic tomou uma dose de cianureto e se jogou no rio Miljacka, seguindo as ordens de seus superiores.
A tentativa de suicídio também foi fracassada (duplo fracasso). O veneno não atingiu o efeito esperado e o rio não era fundo o suficiente para que ele morresse afogado. Com isso, o terrorista foi preso pelas autoridades locais e seus comparsas resolveram se dispersar. Enquanto isso, Francisco Ferdinando prestigiou a recepção preparada na prefeitura da cidade e, logo em seguida, decidiu visitar os ocupantes do outro carro atingido pela bomba lançada por Cabrinovic.
No trajeto de ida para o hospital, a comitiva decidiu realizar o mesmo trajeto onde aconteceu o primeiro atentado. Entretanto, o motorista que conduzia o arquiduque e sua esposa errou o caminho e pegou a rua onde, coincidentemente, Gavrilo Princip se encontrava à porta de uma cafeteria. Ao perceber o alvo à frente de seus olhos, Gavrilo Princip disparou dois tiros contra o carro. O primeiro disparo atravessou a porta do carro e atingiu o abdômen de Sophia. A última bala – certeira e fatal – pegou em cheio o pescoço de Francisco Ferdinando.
Assim como seu companheiro, Gavrilo Princip não conseguiu tirar a sua própria vida. No momento em que ia disparar um tiro na cabeça, uma testemunha local impediu que o terrorista executasse todo o plano. Preso pelas autoridades, Gavrilo Princip sofreu um processo judicial pelo assassinato.
Os outros envolvidos na ação terrorista também foram localizados e condenados ao enforcamento. Naquela altura, o ato terrorista da Mão Negra já tinha gerado as tensões diplomáticas que deram início à Primeira Guerra Mundial. No dia 28 de abril de 1918 (4 anos depois do atentado), a persistente tuberculose de Gavrilo Princip conseguiu finalmente vencê-lo. Ele já havia perdido o sue braço direito para a tuberculose. O corpo do terrorista foi enterrado em segredo para que nenhum extremista viesse a peregrinar em direção ao sepulcro do terrorista sérvio. Ele ficou tão famoso que tinham medo de seu túmulo se tornar motivo de peregrinação ou de visitação como herói.
Francisco Ferdinando era sobrinho do imperador da Áustria Francisco José.
A visita do príncipe herdeiro no próprio dia do aniversário da batalha de Kosovo Polje, que ocorrera em 28 de Junho de 1389, podia ser entendida como uma provocação. Foi uma batalha da Sérvia contra a invasão do Império Otomano. A derrota dos cristãos na batalha determinou os cinco séculos seguintes de ocupação otomana nos Bálcãs.
Para os austríacos, era necessário que o passado da Sérvia pertencesse à Historia. Esta intenção funcionava como uma razão suficiente para trazer à memória dos sérvios esse passado macabro. Por isso, para os jovens desta nacionalidade (sérvios), tal visita exigia um castigo. Nessa época, o movimento terrorista Mão Negra, sediado em Belgrado (capital da Sérvia), encontrava-se em conflito com o governo sérvio de Pasic. Acusava-o de traição, pois o executivo considerava os seus atos irresponsáveis e temia que os excessos da organização desencadeassem uma intervenção armada da Áustria.
Pasic foi alertado de que um atentado iria ser cometido no momento da ida de Francisco Fernando a Sarajevo e quis evitar a ação dos seus serviços secretos, membros da Mão Negra.
Através do seu representante em Viena, tentou explicar aos austríacos que essa viagem poderia terminar em tragédia. Para além disso, ordenou ao coronel Apix que tomasse as medidas necessárias de forma a evitar qualquer incidente.
Contudo, os revolucionários sérvios da Bósnia escapavam ao controle dos seus serviços secretos e os seis jovens sérvios bósnios que tinham organizado o atentado recusaram a submeter-se às ordens de Belgrado. Eles pertenciam ao grupo Jovem Bósnia, composto de intelectuais e de estudantes hostis à ocupação austríaca, e beneficiavam da ajuda material da já mencionada organização Mão Negra. O 28 de Junho de 1914 era uma data de grande importância na memória nacional sérvia, pois simbolizava a resistência desesperada ao invasor otomano no século XIV. Ora, foi precisamente nesse dia que os conjurados escolheram para assassinar o herdeiro do trono austríaco.
Numa primeira tentativa, foi lançada uma única granada, a qual só feriu algumas pessoas. Um pouco mais tarde, Gavrilo Princip aproveitou uma nova passagem do cortejo para atirar sobre Francisco Fernando e sua esposa, Sofia, que morreram em consequência dos ferimentos sofridos. Aquele filho de uma família de pequenos camponeses aderiu ao grupo Jovem Bósnia em 1911, com a idade de dezessete anos. Ele começou esse dia 28 de Junho indo recolher-se junto do túmulo de Bogdan Zerajic, o autor de um atentado falhado contra o imperador Francisco José perpetrado em 1910. Princip inscreveu-se assim, voluntariamente, na linha dos heróis sérvios que lutaram contra a potência austríaca. Porém, desta vez o seu gesto teria consequências mais sérias ao arrastar, dentro de um mês, a Europa para uma guerra mundial. O atentado de Sarajevo não causou grande emoção na família real.