Limpar e reconstruir a cidade de Mimoso do Sul tornou-se uma meta não só do Governo do Estado e Prefeitura Municipal, mas de pelo menos outras 23 cidades que arregaçaram as mangas, nesta quarta-feira (17), para ajudar na faxina que está sendo feita em todas as ruas com a ajuda de dezenas de caminhões pipa.
A convocação feita pelo Estado e Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) foi atendida e o grande mutirão que acontece em Mimoso vai se intensificar nos próximos dias, de acordo com o governador Renato Casagrande. Ele tem visitado regularmente o município para acompanhar o trabalho.
"Estamos com esse mutirão hoje e amanhã, mas já estamos trabalhando no desassoreamento do rio e vamos intensificar ainda mais porque a água da chuva veio com força e assoreou, aterrou muito o rio. Temos 23 municípios presentes ajudando a lavar as ruas. Depois disso, nossas máquinas, mão-de-obra e recursos humanos vão continuar aqui porque só vamos sair de Mimoso depois que tivermos reconstruído de fato a cidade, as comunidades de Mimoso, e dos demais municípios dessa região", garante o governador.
A Secretaria de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano do Estado (Sedurb), planeja outras ações. De acordo com o secretário da pasta, Marcus Vicente, nos próximos dias, 29 máquinas estarão disponíveis para trabalhar exclusivamente na desobstrução do rio assoreado pela enchente.
"Temos hoje 93 equipamentos, e 70% deles, ou seja, 64 equipamentos, trabalham em dois turnos de 8 horas cada. Passado esse período, vamos deixar 32 equipamentos para a prefeitura continuar o trabalho de limpeza, quando a secretaria e o governo estiverem mais longe do dia a dia da cidade. Então serão 32 equipamentos utilizados nas ruas e 29 no rio, para fazer tudo voltar a funcionar", afirma o secretário.
Casagrande agradece aos municípios que atenderam ao chamado para o mutirão e relembra o que o estado já enfrentou outros anos de chuvas intensas, mas não como as desse ano.
"Nunca tínhamos vivido na história recente uma situação como essa de Mimoso. Eu como governador enfrentei a chuva de 2013 e perdemos 24 pessoas e duas ficaram desaparecidas. Enfrentamos as chuvas que castigaram Iconha, Alfredo Chaves, Rio Novo do Sul, em 2020. E agora, em 2024, em Mimoso do Sul, vemos uma situação anormal, em que mesmo depois de 20 dias de limpeza ainda não conseguimos dizer que a cidade está normal. É muita poeira, sujeira, barro, por isso esses mutirões e a presença forte do Governo."
O prefeito Peter Costa explica quais são as prioridades na limpeza e agradece a mobilização da Amunes e do governo para esta ação que foi organizada pela Prefeitura e Defesa Civil.
"Os locais prioritários desse mutirão são aqueles apropriados para lavar porque, em alguns lugares, como a pracinha que está com muito barro, não tem como ser lavada. Começamos das regiões mais altas para as mais baixas. Cada dia é uma experiência diferente, uma etapa depende da outra porque não dá para desentupir os bueiros se o rio está totalmente assoreado e manilha saindo em um nível mais baixo. Para fazer a limpeza completa da cidade tem que fazer o assoreamento do rio primeiro porque não como lavar uma rua se a água não tem para onde escoar".
Peter Costa lembra que as escolas e postos de saúde precisam ser reestruturados para voltar a funcionar e aponta o ponto mais complicado da limpeza. "Tem muita coisa para ser limpa ainda e a poeira que tanto incomoda vai existir enquanto não se fizer a lavagem geral. O problema é que se faz a lavagem de uma rua, mas quando os carros transitam nas outras que estão sujas, acabam sujando as que forma limpas. O ponto mais complicado será a limpeza e desobstrução das estradas rurais, regiões mais complicadas de limpar", conclui o prefeito.
O vice-governador Ricardo Ferraço está confiante no resultado desse movimento solidário. "A tragédia que aconteceu aqui trouxe muito sofrimento, perdemos vidas e tivemos muito prejuízo, mas estamos trabalhando dedicadamente há quase quatro semanas e a cada dia fico mais animado e com mais esperança e confiança de que as coisas vão voltar a normalidade".
